Liderança e as suas misérias emocionais: fatores que impedem você de ter uma equipe engajada e comprometida

20/08/2022

Costumo dizer que todo ser humano é uma caixinha de surpresas, ou até mesmo como um Kinder Ovo (às vezes, a surpresa é boa e às vezes nos decepcionamos), às vezes não entendemos “porquê” reagimos de determinada forma, porque algumas ações se tornam tão difíceis em nossas vidas, enquanto que para outros tudo parece tão simples. A grande questão é que somos seres emocionais e nem sempre sabemos gerenciar as nossas emoções, na maioria das vezes (95%) tomamos decisões baseadas em nossas emoções, impulsionadas por um processo inconsciente.   

O fato é que todos nós na fase adulta somos o reflexo do que nos aconteceu na infância: pouco amor, muito amor, pouco afeto, muito afeto, rigidez, separações, perdas, muitos nãos, poucos nãos, entre outros fatores. Infelizmente ou felizmente não há um ser perfeito que não tenha nada a ser melhorado, que não tenha nada para aprimorar.

Quando converso com líderes cujas empresas são tão perfeitas e/ou que eles mesmos se colocam em pedestais, percebo que ali reside um perigo, o perigo de não se perceber, de manipular a si mesmo ou os outros, simplesmente para passar uma imagem que não é a realidade. Lembro de uma palestra que assisti do Jim Collins, onde ele falava sobre a importância de uma liderança humilde para reconhecer o que precisa ser trabalhado. 

Se olharmos para líderes de grande resultado, vamos perceber que são pessoas humildes, que sabem que não são perfeitas, que se permitem “receber” feedbacks, que aprendem com os erros, que escutam mesmo aquilo que não gostariam de ouvir, porque às vezes dói receber um feedback. Dói saber que para o outro não somos tão bons, que somos imperfeitos. 

Numa das minhas primeiras lideranças lembro bem que eu tinha o desejo de agradar, queria muito que a minha equipe me amasse, que se sentisse motivada naturalmente e obviamente isso não acontecia, fui aprendendo aos poucos que isso é ilusão, você precisa se preocupar com o entendimento do que move o outro, e, também ter foco em resultados. Se uma empresa não tem resultados, não há motivos para mantê-la de portas abertas. 

Quando temos essa necessidade de agradar e/ou até mesmo de exercer determinados comportamentos que nos façam ser aceitos, geralmente estamos idealizando papéis que não conseguimos sustentar ao longo do tempo, porque o esforço para manter isso é muito grande. É como você tentar ir contra a corrente de um rio, você vai fazer muito esforço, vai se cansar e no final talvez não chegue a lugar algum. 

Por exemplo, um líder com dificuldades para delegar, de alguma forma não confia nas pessoas. E essa desconfiança pode surgir de vários fatores: experiências anteriores, perceber-se como um ser superior, medo de errar e de ser punido, e/ou até mesmo medo de perder o cargo. Para delegar é preciso confiar. 

A confiança é um fator determinante para a construção das relações. Se você não confiar, você não vai desenvolver as pessoas e não vai construir relacionamentos sólidos. Talvez você construa um verdadeiro castelo de areia, que qualquer vento pode destruir. Por exemplo, no relacionamento entre casais, quando um esconde as mensagens que recebe no celular e/ou não permite que o seu par veja as suas interações, já demonstra que não tem confiança e que talvez se sinta movido a viver uma vida paralela. 

Todos nós temos os que chamamos de misérias emocionais, como o próprio nome já diz é o pensamento que coloca o seu foco na falta e está associada com as emoções. Ex.: Medo de perder tira a vontade de ganhar. Reconhecer essas misérias é um dos primeiros passos para você evoluir e se desenvolver como líder. As três principais misérias que o ser humano possui são: controle, aceitação significância.

O controle costuma aparecer naqueles líderes que têm a necessidade de que tudo seja feito do jeito dele, essa miséria muitas vezes surge porque lá na infância esse ser humano teve a necessidade de se “virar”, ou seja, de se tornar independente muito cedo e/ou ouviu muito cedo: você precisa ser o melhor. Geralmente quando alimentamos essa miséria temos a tendência de centralizar as decisões, de controlar as pessoas, de buscar o perfeccionismo, de viver extremamente ansioso e com preocupações extremas. 

Por sua vez, a aceitação vem da necessidade de conexão. Aqui a pessoa precisa se sentir parte de algo, precisa ser amado (a), às vezes se apega aos excessos (Ex.: procedimentos estéticos para ser aceito; viver na academia em busca de um corpo perfeito para ser desejado (a), ter muitos PETs em casa (porque os PETs jamais abandonam os seus donos). É muito provável que essa pessoa lá na infância tenha se sentido por várias vezes sozinha, ou seja, buscará atenção das pessoas, carinho etc... Ou seja, uma compensação do que não teve na infância. Geralmente são líderes que evitam conflito, que tem dificuldade de dizer não, que fazem de tudo para agradar. 

Por fim, entramos na miséria da significância, ou seja, se eu for capaz de realizar algo que outros não tem capacidade e/ou conhecimento, então serei reconhecido, amado (a) e vangloriado. A principal crença nesse caso é de provar que é capaz. Nesse caso é provável que lá na infância as habilidades da criança foram questionadas: quero ver se você é capaz, o fulano e/ou ciclano é muito melhor que você. Geralmente são líderes que têm medo de fracassar, por isso adoram competições e reconhecimentos públicos.

Quando alimentamos qualquer uma dessas misérias, obviamente estamos nos fechando para o desenvolvimento de outras habilidades e/ou para uma liderança de resultados. Num mundo em constante mudança, alimentar essas misérias pode custar muito caro: o negócio pode quebrar e/ou você pode acabar com a sua carreira. 

Mas então: como eliminar essas misérias? Primeiro você precisa tomar consciência de quais misérias predominam no seu ser. A tomada de consciência é o primeiro passo para a mudança e depois você deve escolher mudar. Certa vez num processo terapêutico questionei sobre uma mudança muito grande que eu precisava fazer: isso tem solução? Lembro que ele me disse: sim, desde que você aceite que precisa mudar. 

O líder não é um super herói, ele não precisa ser o melhor em tudo, precisa ter a humildade para reconhecer que a evolução faz parte do processo de desenvolvimento e que a maior riqueza desse processo é entregar-se naturalmente, permitindo-se experimentar uma nova forma de liderar, construir relações de confiança e ter na equipe pessoas que sejam ainda melhores do que ele (a) mesmo.

Se você realmente quer se tornar um líder de alto resultado, participe da nossa próxima turma do Programa de Desenvolvimento de Líderes e Gestores. A turma já está confirmada e iniciará no dia 23 de setembro, encontros mensais focados em transformação e resultado. 

 

Inscreva-se agora e garanta a sua vaga:

https://www.mkfsolucoes.com.br/treinamentos/inscricoes-abertas/programa-de-desenvolvimento-de-lideres-e-gestores.html

 

Ps.: Se você quiser receber um teste para identificar as suas misérias emocionais, me escreve lá no meu instagram solicitando:  https://www.instagram.com/flaviabernardioficial/

Acompanhe dicas práticas:

Liderança e as suas misérias emocionais: fatores que impedem você de ter uma equipe engajada e comprometida

Quer receber novidades e dicas para sua empresa?